A Relevância da Tecnologia Emergente na Hewlett Packard Enterprise (HPE)
A visão de Rom Kosla, CIO da Hewlett Packard Enterprise (HPE), sobre a importância das tecnologias emergentes realmente ecoa entre executivos de alto nível: "A inteligência artificial está em nossas mentes." Pesquisas indicam que Kosla não está sozinho nessa percepção; mais de 78% dos líderes empresariais afirmam que suas organizações utilizam IA em pelo menos uma função de negócio, conforme um estudo recente da McKinsey.
Kosla compartilhou com a ZDNET que a HPE faz uso de aplicações de terceiros que incorporam capacidades de IA e que, nos últimos 18 meses, desenvolveu uma solução interna chamada ChatHPE, um centro de IA generativa voltado para processos internos.
Aqui estão quatro maneiras de aproveitar as experiências de Kosla para transformar a IA em uma vantagem competitiva.
1. Defina uma Estratégia de IA
Assim como outras grandes empresas, a HPE utiliza diversos modelos externos de IA e plataformas tecnológicas. Profissionais empregam o Microsoft Copilot para aumentar a produtividade, enquanto desenvolvedores contam com o GitHub Copilot. "O objetivo é que, ao disponibilizarmos licenças para os indivíduos, eles aproveitem essas tecnologias em suas atividades diárias," explicou Kosla.
A estratégia ganha maior relevância com o ChatHPE, uma plataforma personalizada impulsionada pelas tecnologias da Azure e OpenAI. Kosla mencionou que a empresa possui um pipeline de casos de uso que são avaliados e analisados. Por exemplo, uma equipe jurídica pode utilizar IA para revisar contratos, extraindo informações específicas e gerando novos modelos. "O que fazemos é trabalhar com eles, utilizando o ChatHPE e direcionando-o a fontes de dados específicas," detalhou Kosla. "Também limitamos o acesso a dados, pois não queremos que as pessoas utilizem informações sem cuidado."
Ele também destacou como os casos de uso podem surgir em outras áreas da organização. "Na área de operações, por exemplo, trata-se mais de chat. Você pode pensar nisso como algo voltado para o atendimento ao cliente. Por exemplo, pode haver um caso em que as pessoas queiram encontrar um número de peça. Elas usam o ChatHPE para acessar a informação, e a tecnologia fornece insights para ajudar os clientes," afirmou Kosla. Além disso, ele sugeriu que a área de marketing pode usar o ChatHPE para identificar campanhas reutilizáveis, enquanto finanças pode optar por casos de uso analíticos.
2. Treine Todos para Utilizar IA
Kosla mencionou que sua equipe frequentemente discute o conceito de "majors and minors" (maiores e menores) em seu caminho para se tornar uma organização de TI madura. "Se você pensar em uma universidade, talvez você esteja focado em economia, e é isso que realmente deseja fazer," disse ele. "No entanto, aprender sobre finanças, marketing ou fazer uma especialização em ciência da computação não faz mal. Todas essas áreas criam uma visão abrangente das oportunidades que você pode aplicar."
De acordo com Kosla, essa é a abordagem que a HPE adota em relação à IA. A empresa deseja que todos os colaboradores considerem e sejam competentes em várias áreas de especialização. "Se a sua especialização é em cadeia de suprimentos, você deve ter uma especialização em IA. Ou, se sua área de foco é IA, você deve ter uma especialização em cadeia de suprimentos," ele comentou. "É fundamental que seu conhecimento seja o mais diversificado possível, pois tudo o que fazemos transcende as fronteiras de diferentes áreas da empresa."
Kosla também explicou que o conceito de "majors and minors" da HPE é sustentado por programas de aprendizados e desenvolvimento focados em IA. "Facilitamos esse treinamento por meio de nossos sistemas de RH. As pessoas podem entrar e aprender. O objetivo é tornar o treinamento em IA acessível a todos," disse ele. No entanto, esse foco não se limita apenas à capacitação; Kosla enfatiza a importância do acompanhamento posterior. "À medida que adotam a tecnologia, minha regra é sempre: ‘Se você aprendeu, deve utilizá-la.’ Não adianta ter um certificado se não conseguir aplicar o conhecimento."
3. Estabeleça Limites de Segurança
Kosla indicou que já está claro que a IA se infiltrará em todas as organizações, funções e papéis, resultando em um impacto correspondente no acesso à informação. Líderes empresariais astutos se concentrarão em gerenciar a relação entre tecnologias autônomas e seus correspondentes humanos. "Do ponto de vista de TI, eu penso em controles e limites," disse ele. "É necessário o fator humano para entender questões como: ‘O que a máquina está fazendo, e quais decisões ela está tomando em seu nome? Como você garante que esses limites sejam ajustados, estreitados ou ampliados, dependendo da escala do que está tentando fazer?’"
Kosla afirmou que esses limites podem ser estabelecidos e refinados somente através de uma parceria eficaz entre TI e o negócio. "Muito do trabalho inicial girava em torno de perguntas como: ‘Como garantimos que gerenciamos a engenharia de prompts corretamente, que os dados extraídos estão limitados, que a quantidade de treinamento seja adequada, e que as respostas do mecanismo sejam precisas?’" Continuou: "Existem frases-chave que não queremos que nossos mecanismos respondam, pois, potencialmente, as respostas podem ser perigosas ou prejudiciais. Portanto, estamos tentando garantir que o direcionamento seja para uso comercial, mas também que o trabalho não gere muitas consultas, para evitar altos custos."
4. Reflita sobre os Próximos Passos
Kosla afirmou que a abordagem interna da HPE sobre IA continua a evoluir, e a empresa mesclará modelos internos e externos conforme necessário. O foco atual da empresa é utilizar a IA para aprimorar as atividades operacionais de sua equipe. No entanto, Kosla também reconheceu que os agentes de IA estão evoluindo rapidamente. Sua empresa já utiliza softwares de provedores como SAP e Salesforce, que estão implementando serviços autônomos.
Uma das principais questões que a HPE está considerando é a orquestração da IA em seu modelo operacional completo. "Se orquestrarmos entre dois provedores e eles tiverem dois agentes diferentes, mas um usuário estiver utilizando ambos e mudar de uma aplicação para outra, pode descobrir que eles não se comunicam," explicou ele. "Portanto, precisamos construir essa camada de orquestração ou encontrar as melhores práticas em torno dessa questão."
Kosla acrescentou que esses desafios técnicos suavizarão um pouco o alvoroço em torno dos agentes. "Quando você pensa em um indivíduo, ele não está vinculado a uma única aplicação," destacou. "E esse é o desafio que estamos enfrentando. Existe muito marketing em relação aos agentes. Mas você não é um agente que apenas faz finanças – você também está lidando com finanças, cotações, preços, e todos esses sistemas interagem entre si."
Referência: ZDNET
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