O interesse no emprego da inteligência artificial (IA) tem crescido de forma significativa nos últimos seis anos, englobando tanto indivíduos quanto organizações. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Deloitte, 74% das empresas do setor financeiro no Brasil planejam incorporar a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) em suas operações. O estudo, que envolveu 105 CFOs de grandes organizações, revela que 15% já fazem uso da GenAI, enquanto apenas 11% não têm intenção de adotá-la. As atividades mais frequentemente citadas que se beneficiariam dessa tecnologia incluem tarefas repetitivas e diárias, mencionadas por 80% dos entrevistados, além de planejamento e análise financeira, referidos por 60%.
Ademais, a pesquisa destaca que 48% das corporações estão focando em serviços transacionais, enquanto 25% estão destinando esforços a serviços compartilhados com a GenAI. Paulo de Tarso, sócio-líder do CFO Program da Deloitte, observa que os diretores financeiros estão se dando conta de que a adoção da inteligência artificial generativa nas operações pode resultar em maior eficiência e produtividade. “A GenAI desempenha um papel estratégico nas iniciativas de inovação e proporciona uma vantagem competitiva. A questão é descobrir como aproveitar essa tecnologia de forma plena”, afirmou Tarso.
Com o crescimento do uso da GenAI, surgem algumas inquietações, como a integração de sistemas financeiros, a atualização constante das habilidades dos profissionais e a carência de competências técnicas. Mesmo frente a esses obstáculos, 60% das instituições financeiras acreditam que a tecnologia poderia trazer vantagens em relação à automação de relatórios financeiros. A eficiência operacional e a redução de despesas foram mencionadas por 50% das empresas, que ainda destacaram a gestão do fluxo de caixa, previsões financeiras e automação de processos contábeis como benefícios adicionais.
Embora exista uma alta intenção das empresas em adotar novas ferramentas de IA, a pesquisa indica que 69% delas alocam apenas até 5% de sua receita líquida em tecnologias específicas para o setor financeiro, levando em consideração investimentos e custos operacionais. Os desafios enfrentados pelas instituições financeiras também são evidenciados pela pesquisa da Deloitte, que aponta um cenário complicado para os negócios. Fatores como incertezas na economia brasileira, os efeitos da Reforma Tributária e a escassez de profissionais qualificados foram destacados como principais obstáculos, além de uma mudança no comportamento dos consumidores.
Além disso, a flutuação da taxa de câmbio representa outro desafio que as empresas precisam enfrentar. Em março, a moeda norte-americana teve uma queda acumulada de 3,53%, após diversas oscilações em meio a incertezas relacionadas às medidas tarifárias de Trump. Em fevereiro, por sua vez, o dólar havia registrado uma valorização de 1,39%.
Referência: Deloitte
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