Na última segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos confirmou que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante de chips do mundo, investirá US$ 100 bilhões nos EUA nos próximos anos para construir várias fábricas de chips, além dos US$ 65 bilhões já comprometidos para investimento no país. Em um comunicado, a TSMC destacou que esse investimento combinado de US$ 165 bilhões é o “maior investimento direto estrangeiro na história dos EUA”.
Os gastos terão foco em “tecnologias avançadas”, o que pode incluir chips para inteligência artificial, que até agora têm sido majoritariamente produzidos nas fábricas da TSMC em Taiwan. A TSMC atende praticamente todos os fabricantes de chips do mundo, incluindo a produção dos mais poderosos chips da Nvidia para IA, como os chips de GPU Hopper e Blackwell.
Trump afirmou que essa iniciativa significará que “os chips de IA mais poderosos do mundo serão fabricados aqui na América”, de acordo com uma cobertura da Bloomberg. “Com essa expansão, a TSMC espera gerar centenas de bilhões de dólares em valor de semicondutores para IA e outras aplicações de ponta”, declarou a empresa. “O investimento ampliado da TSMC deverá apoiar 40 mil empregos na construção nos próximos quatro anos e criar dezenas de milhares de empregos bem remunerados e de alta tecnologia na fabricação avançada de chips e P&D”, acrescentou.
Atualmente, a TSMC já possui uma fábrica em Phoenix, Arizona, que começou a produzir chips no ano passado e emprega mais de 3 mil pessoas em uma área de 1.100 acres. A empresa planeja adicionar mais três fábricas nos EUA e um centro de P&D, conforme relatado pela TSMC.
O anúncio da TSMC acontece em um momento em que a fabricante de chips Intel, que tem enfrentado dificuldades com vendas em declínio e perda de participação de mercado, está buscando clientes para suas próprias fábricas nos Estados Unidos. Uma reportagem da Reuters divulgou que dois dos maiores fabricantes de chips de IA do mundo, a Nvidia e a Broadcom, que concorrentes da Intel, estão testando as fábricas da Intel para produzir seus chips, citando fontes não identificadas.
Os testes, conforme relatado, indicam que as empresas estão “se aproximando de determinar se vão comprometer centenas de milhões de dólares em contratos de fabricação com a Intel”. Outro concorrente da Intel, a Advanced Micro Devices, também está considerando o uso das fábricas da Intel, embora não esteja claro se a empresa já realizou testes.
No entanto, os contratos da Intel podem ser afetados por atrasos contínuos em seu processo de fabricação, que tem ficado atrás do da TSMC nos últimos anos. A reportagem da Reuters observa que o método de fabricação de chips conhecido como 18A, o mais avançado da Intel, recentemente sofreu mais um atraso de seis meses, conforme duas fontes não identificadas e documentos. O processo 18A está “levando mais tempo do que o esperado”, escrevem Max Cherney e Fanny Potkin, da Reuters. Como resultado, “sem os blocos de construção fundamentais qualificados de propriedade intelectual dos quais designers de chips pequenos e médios dependem, uma gama de potenciais clientes seria incapaz de produzir chips no 18A pelo menos até meados de 2026”, comentam.
Em meio às dificuldades da Intel, a TSMC manteve conversas com a administração Trump sobre a possibilidade de absorver algumas das fábricas da Intel nos EUA, conforme noticiado por várias fontes. A Broadcom também estaria considerando a aquisição de alguns ativos de design de chips da Intel.
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