Como a inteligência artificial pode melhorar o abastecimento de água em São Paulo

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está implementando um sistema inovador de monitoramento climático utilizando inteligência artificial (IA). Esta ação visa reforçar a segurança hídrica da Região Metropolitana de São Paulo, melhorando a análise de cenários futuros e otimizando o planejamento do abastecimento de água para cerca de 22 milhões de pessoas, considerando as mudanças climáticas. De acordo com a Sabesp, os primeiros resultados práticos desta tecnologia, na forma de boletins informativos, são esperados para julho deste ano. O foco inicial do monitoramento será no Sistema Cantareira, que é responsável pelo abastecimento de uma porção significativa da Região Metropolitana de São Paulo, com a expectativa de que, no futuro, beneficie outros mananciais.

A nova ferramenta de IA combinará o histórico de dados da Sabesp — que inclui informações detalhadas sobre a pluviosidade e a vazão dos mananciais — com modelos de previsão climática. Essa fusão de dados históricos e previsões futuras possibilitará criação de simulações mais precisas sobre o comportamento do clima e seus potenciais efeitos nos recursos hídricos da região metropolitana. Em uma entrevista, um representante da Sabesp destacou a importância da iniciativa. “Temos um acervo de dados que remonta a quase um século, e a inclusão da inteligência artificial é um grande avanço na nossa capacidade de análise. Nossa meta é aprimorar a precisão das nossas previsões para gerenciar o abastecimento de forma mais eficaz”, comentou.

O representante detalhou como o sistema funciona: “Atualmente, o planejamento operacional já utiliza séries históricas. A adição da previsão meteorológica por meio da IA nos permitirá prever eventos futuros, além de permitir que o sistema aprenda continuamente, comparando previsões com eventos reais e aprimorando sua capacidade de previsão.” Para exemplificar a eficácia da IA, ele mencionou discrepâncias recentes entre as previsões históricas e os dados de chuvas observados nos meses de março e abril deste ano. “O sistema está registrando essas variações para aperfeiçoar seus algoritmos e gerar previsões mais precisas no futuro”, afirmou.

Ele enfatizou que a aplicação da IA pode se mostrar fundamental na prevenção de futuras crises hídricas, semelhante à que ocorreu em 2014, que foi atípica em relação ao histórico da Sabesp. “A intenção é utilizar a capacidade preditiva da IA para antever cenários inéditos e, consequentemente, otimizar a gestão dos nossos reservatórios”, concluiu. Para a implementação desse sistema de inteligência artificial voltado ao monitoramento climático e ao planejamento do abastecimento, a Sabesp buscou a colaboração da Rhama Analysis, que teve um papel importante nas previsões durante as inundações em Rio Grande do Sul em maio de 2024.

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