Meta se prepara para lançar laboratório de pesquisa focado em IA ‘superinteligente’ – relatório

Os líderes mais influentes do setor tecnológico no Vale do Silício estão em uma corrida para desenvolver a inteligência geral artificial (IGA), um conceito de computador que, conforme algumas definições, pode superar humanos em todas as tarefas econômicas relevantes. Além disso, alguns líderes almejam algo ainda mais ambicioso: a "superinteligência" artificial, um sistema que seria incomensuravelmente mais inteligente do que os seres humanos, a ponto de nossas capacidades cognitivas serem incapazes de compreender o que tal sistema poderia realizar; seria como um formiga tentando dialogar com John von Neumann.

Recentemente, a Meta está prestes a inaugurar um laboratório de pesquisa dedicado ao desenvolvimento da superinteligência artificial, conforme relatado pelo The New York Times. Alexander Wang, fundador de 28 anos da Scale AI, uma startup que auxilia empresas na criação de aplicativos de inteligência artificial, pode ser convidado a integrar esse novo laboratório, com a possibilidade de receber um investimento de bilhões da Meta em breve.

Esse anúncio representa mais uma iniciativa da Meta para se manter na vanguarda da competição no universo da inteligência artificial, uma área que se tornou central para a maioria das empresas de tecnologia após o lançamento do ChatGPT em 2022, que revelou o potencial desta tecnologia a um público amplo. A empresa implantou seu produto de chatbot, chamado Meta AI, em suas plataformas sociais – Facebook, Instagram e WhatsApp – além de integrar essa ferramenta em seus óculos inteligentes. Ao mesmo tempo, a Meta procura se posicionar como uma alternativa mais amigável para desenvolvedores em comparação com seus concorrentes, disponibilizando seus sistemas de IA como código aberto, incluindo sua família de grandes modelos de linguagem, conhecidos como Llama.

Empresas como a Meta (anteriormente Facebook), que se destacaram durante a ascensão da internet e das redes sociais nos anos 2000 e 2010, estão acelerando suas adoções de IA, amplamente considerada como a espinha dorsal tecnológica do futuro. Essa mudança estratégica e econômica se baseia essencialmente na aquisição de startups mais recentes com foco em IA: em 2014, o Google adquiriu a DeepMind, integrando-a ao seu laboratório de pesquisa interna, Google Brain, para criar uma nova divisão chamada Google DeepMind; a Microsoft tem investido bilhões na OpenAI, enquanto a Amazon tem feito o mesmo com a Anthropic.

O investimento da Meta na Scale AI, que segundo a Bloomberg pode ultrapassar os 10 bilhões de dólares, deve fortalecer o desenvolvimento da IA dentro da gigante tecnológica, especialmente em uma época de competição crescente por recursos computacionais cada vez mais escassos e profissionais de IA altamente qualificados. Além disso, a Meta está oferecendo salários que variam de sete a dez dígitos para pesquisadores de empresas concorrentes como OpenAI e Google, conforme o relato do Times, que citou fontes anônimas ligadas à empresa.

O termo "superinteligência" foi popularizado pelo filósofo de Oxford Nick Bostrom em seu livro de 2014, que também serve como um alerta sobre os potenciais perigos de uma "explosão de inteligência" em IA – capacidades computacionais que avançam rapidamente em uma curva exponencial, escapando ao controle humano. Embora as opiniões de Bostrom sejam vistas como alarmistas por alguns, existem muitos no Vale do Silício, conhecidos como "doomers", que se preocupam com os riscos existenciais que um sistema de IA capaz de superar nossa própria inteligência pode representar. Entretanto, até agora, o incentivo capitalista para o desenvolvimento – impulsionado pelos denominados "boomers" – se sobressaiu a esses temores.

Referência: The New York Times

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