A singularidade está próxima, segundo Sam Altman – entenda o motivo.

Em seu livro de 2005, “A Singularidade Está Próxima”, o futurista Ray Kurzweil previu que a Singularidade — o ponto em que a inteligência das máquinas superaria a humana — ocorreria por volta de 2045. No entanto, Sam Altman acredita que esse momento está mais próximo do que se imagina.

Em uma publicação em seu blog na última terça-feira, o CEO da OpenAI compartilhou suas reflexões sobre a iminente entrada da “superinteligência” artificial. Enquanto a inteligência geral artificial, ou AGI, é geralmente entendida como um sistema capaz de igualar ou superar humanos em qualquer tarefa cognitiva, uma IA superinteligente iria muito além, superando nossa própria compreensão a tal ponto que seríamos incapazes de apprehendê-la, como caracóis tentando entender a relatividade geral.

Um ponto crucial do post é que a chegada da superinteligência artificial é apresentada como um processo gradual, que permitirá à sociedade se preparar. Ele compara com os últimos cinco anos, um período relativamente curto em que a maioria das pessoas passou de um total desconhecimento sobre IA para utilizar ferramentas poderosas como o ChatGPT diariamente, a ponto de a IA generativa quase ter se tornado rotineira.

Altman afirma: “A humanidade está próxima de desenvolver uma superinteligência digital, que até agora é muito menos estranha do que parece”. Seu texto, em alguns momentos, toca em uma dimensão quase religiosa, ao descrever a chegada da superinteligência em termos que lembram profecias cristãs sobre a Segunda Vinda. Embora utilize uma linguagem científica e secular, há um tom de proselitismo: “a década de 2030 provavelmente será radicalmente diferente de qualquer época anterior”, escreve ele. “Não sabemos quão além da inteligência humana podemos chegar, mas estamos prestes a descobrir.”

AGI — e, por extensão, a superinteligência artificial — tem sido um tema controverso no universo tecnológico. Assim como Altman, muitos acreditam que sua chegada não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Reportagens indicam que a Meta está se preparando para lançar um laboratório de pesquisa interna dedicado à construção de superinteligência. Outros, no entanto, duvidam da possibilidade técnica de criar uma máquina mais avançada que o cérebro humano.

A OpenAI ganhou notoriedade mundial após o lançamento do ChatGPT no final de 2022. Desde então, a empresa tem lançado novos produtos de IA em um ritmo acelerado, o que levou a uma saída constante de funcionários que expressavam preocupações sobre a segurança sendo deixada de lado em prol da velocidade. Muitos se juntaram à Anthropic, uma empresa de IA fundada por ex-funcionários da OpenAI, ou partiram para iniciar seus próprios projetos. Um exemplo é Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI e ex-cientista-chefe, que criou a empresa Safe Superintelligence (SSI) em junho passado.

De modo geral, os desenvolvedores de IA têm sido amplamente criticados por apressarem a automação do trabalho humano sem apresentarem propostas concretas para o futuro dos milhões de trabalhadores que poderão ser deslocados. O novo post de Altman ecoa um argumento comum entre os líderes do setor: sim, haverá perda de empregos, mas, em última análise, a tecnologia criará novas categorias de trabalhos para substituir os que foram automatizados; além disso, a IA irá gerar tanta riqueza que as pessoas terão liberdade para buscar atividades mais significativas do que o trabalho. Porém, o que exatamente são essas atividades nunca é detalhado.

Altman também endossou a ideia de implementar uma renda básica universal para apoiar a população enquanto o mundo se adapta à sua visão de uma utopia tecnológica. Ele escreveu: “A taxa de progresso tecnológico continuará a acelerar, e as pessoas serão capazes de se adaptar a quase qualquer coisa. Haverá partes muito difíceis, como categorias inteiras de empregos desaparecendo, mas, por outro lado, o mundo estará se tornando tão rico tão rapidamente que poderemos considerar seriamente novas ideias políticas que antes não podíamos”.

Desde seu surgimento há uma década, a OpenAI evoluiu de uma organização sem fins lucrativos voltada para pesquisa em IA de código aberto para uma gigante em busca de lucro, competindo com empresas como Google e Meta. Sua declaração de missão sempre foi “garantir que a inteligência geral artificial beneficie toda a humanidade”. Agora, pelo que se deduz da postagem de Altman, a OpenAI parece estar mirando um objetivo ainda mais ambicioso: “antes de qualquer coisa, somos uma empresa dedicada à pesquisa em superinteligência”.

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