A IA pode ser uma aliada, não uma ameaça ao emprego: como algumas empresas a utilizam para aprimorar, e não substituir.

Claro! Aqui está o texto reescrito em português:

Pesquisa. Aprendizado. Nos dias atuais, Jim Stratton, diretor de tecnologia da plataforma de gestão de capital humano Workday, recorre à inteligência artificial para aprimorar suas tarefas cotidianas. Quase 60% dos 20.000 colaboradores da Workday utilizam AI regularmente em sua rotina. Metade afirma que a tecnologia proporciona novas percepções ou estimula a criatividade, enquanto três quartos relatam que ela aumenta sua produtividade, incluindo Stratton.

“Ao longo do tempo, tenho recorrido cada vez mais a essa ferramenta para realizar tarefas, e percebo que consigo completar muito mais do que antes”, disse Stratton. Contudo, a Workday não diminuiu sua força de trabalho, apesar dos benefícios trazidos pela inteligência artificial, e muitas empresas semelhantes estão descobrindo que a AI complementa sua equipe ao invés de substituí-la. A ampla adoção das tecnologias de AI ressalta a necessidade de habilidades humanas para garantir uma implementação bem-sucedida da tecnologia. Como resultado, os profissionais são mais solicitados do que nunca, com a AI criando novas oportunidades para aqueles que abraçam a mudança.

“Inteligência artificial não apenas auxilia os trabalhadores, mas também necessita deles para funcionar”, afirmou Nazrul Islam, coautor do estudo “Coexistência de Trabalhadores e Inteligência Artificial no Local de Trabalho: Temas Emergentes e Agenda de Pesquisa”, que defende uma relação colaborativa, onde a AI apoia e realça as habilidades humanas, algo que já é uma realidade. Quanto a habilidades essenciais humanas e conceituais, a AI não conseguirá superar os humanos. As competências humanas incluem gestão de pessoas, inteligência emocional, coordenação e trabalho em equipe, enquanto as habilidades conceituais englobam criatividade, pensamento crítico e raciocínio analítico.

Essa evolução implica que os trabalhadores, mesmo em áreas tradicionalmente técnicas, devem agora desenvolver e fortalecer habilidades voltadas para as pessoas que talvez tenham sido subestimadas no passado. “Até mesmo engenheiros estão tendo que repensar a combinação de suas habilidades”, disse Aneesh Raman, diretor de oportunidades econômicas do LinkedIn. “Ter uma mistura deliberada de habilidades técnicas e não técnicas está se tornando um diferencial entre um bom engenheiro e um excelente, especialmente no ambiente impulsionado pela AI.”

O estudo de Islam também apresenta uma nova corrida cíclica perpétua entre trabalhadores e inteligência artificial no local de trabalho. À medida que a AI assume determinadas funções, os trabalhadores precisam se adaptar aprendendo novas habilidades e se desenvolvendo continuamente para se manter relevantes em um ambiente voltado para a AI, ressaltando a importância do aprimoramento de habilidades mais do que nunca.

A necessidade de aprimoramento de habilidades é clara. Embora se manter atualizado em sua área seja sempre valioso, aprender a utilizar ferramentas de AI de maneira eficaz é cada vez mais o que diferencia os colaboradores no mercado de trabalho atual. Um relatório do LinkedIn publicado no início do ano revelou que 81% dos executivos globais entrevistados estão mais propensos a contratar alguém que se sinta à vontade usando ferramentas de AI, em comparação a alguém com mais anos de experiência relevante, mas sem confiança em utilizar a tecnologia.

“Eu sempre acreditei que a AI não substituirá os humanos, mas os humanos que utilizam AI substituirão aqueles que não usam”, disse Karim Lakhani, professor da Harvard Business School. “O aprimoramento de habilidades não é mais opcional, é uma necessidade de carreira.” Os trabalhadores já estão tomando a iniciativa de aprender por conta própria. Nos Estados Unidos, a educação em AI é a habilidade que mais cresce no LinkedIn. Cursos de AI também estão se tornando mais disponíveis em plataformas de aprendizado, como Coursera, Google Cloud e Amazon Web Services.

Além disso, líderes empresariais e empregadores desempenham um papel fundamental em viabilizar essa transição. “Com a AI moldando todos os setores, todos os trabalhadores precisam continuar aprendendo a usar as ferramentas, ou ficarão cada vez mais para trás. E priorizar o aprimoramento de habilidades é uma responsabilidade compartilhada por empresas e seus funcionários”, afirmou Lakhani.

Um relatório digital da McKinsey, “Superagência no Local de Trabalho: Capacitando Pessoas para Liberar o Potencial Máximo da AI”, constatou que 60% dos colaboradores possuem uma visão otimista sobre a AI. Metade expressou o desejo de receber mais treinamento formal em AI generativa de suas organizações. Um exemplo que Hannah Mayer, sócia da McKinsey e coautora do relatório, destacou, envolveu um cliente que criou um módulo de treinamento com incentivos personalizados para ajudar vendedores a se prepararem de forma mais eficaz para interações com clientes.

Treinamentos adequados ajudam os colaboradores a trabalhar de forma mais eficiente e a entender que as ferramentas de AI são pensadas para apoiá-los, e não para substituí-los. No exemplo mencionado, os trabalhadores se tornam mais produtivos sem transferir suas tarefas para a AI. Ao aconselhar líderes empresariais sobre como eliminar barreiras na implementação da AI, Mayer disse: “forneça o treinamento que os colaboradores estão pedindo desesperadamente”.

Qual é o ROI da AI? Em teoria, se os colaboradores puderem aprender a utilizar a AI no trabalho, poderão aplicar essas habilidades em suas próprias tarefas, tornando-se mais produtivos e eficientes. No entanto, a adoção enfrenta desafios. Desenvolver e implementar essas tecnologias pode ser custoso, e o ROI ainda é incerto. O mesmo relatório da McKinsey revelou que, em diversas indústrias, a maioria dos executivos de nível C relataram retornos limitados sobre investimentos em AI em toda a empresa. Apenas 19% observaram crescimento de receita acima de 5%, e 39% notaram um aumento moderado de 1-5%. Apesar do valor percebido, um estudo do LinkedIn identificou que apenas metade das empresas que utilizam AI generativa há dois anos conseguiram um aumento de 10% na receita, uma cifra que pode não justificar, ainda, a implementação e o treinamento difundidos. Uma forma mais eficaz de avaliar o ROI é analisá-lo caso a caso.

Há um considerável ganho de tempo que pode se traduzir em economia financeira, já que os analistas podem dedicar seu tempo a trabalhos mais estratégicos, explicou Andrea Derler, Ph.D, principal especialista em pesquisa e valor da Visier, uma empresa de análise de pessoas que fornece percepções sobre a força de trabalho. Por exemplo, um dos clientes da Visier, o Baptist Health, conseguiu reduzir seu turnover em 50% utilizando as percepções sobre a força de trabalho, gerando economia, pois a integração de novos colaboradores é uma experiência cara e que impacta negativamente a moral dos funcionários. Outro cliente, que Derler não pode nomear, economizou 80% do tempo que anteriormente gastava reunindo dados.

Perdas de empregos na era da IA Apesar dos benefícios, a AI está substituindo alguns empregos. Manchetes noticiam que grandes empresas estão reduzindo suas equipes para implementar a AI. O cofundador e CEO da plataforma de ensino de idiomas Duolingo recentemente afirmou que a empresa gradualmente deixaria de utilizar trabalhadores contratados para tarefas que a AI pode desempenhar. Negócios não tecnológicos também estão sentindo os efeitos. A United Parcel Service (UPS) anunciou planos para cortar 20 mil empregos devido ao surgimento de novas tecnologias, incluindo aprendizado de máquina.

Essa mudança é não apenas esperada, mas reflete um padrão comum observado em grandes transformações digitais. Assim como a explosão da internet, que tornou muitos empregos tradicionais obsoletos, também deu origem a indústrias e funções totalmente novas, como design web UI/UX, publicação digital, comércio eletrônico e gerenciamento de redes sociais. “Isso ocorreu em todas as grandes transformações dos últimos 20 anos; sempre que tivemos novas tecnologias, os empregos se ajustaram, o que é muito triste para os envolvidos, mas fazia parte da transformação”, comentou Derler.

Empregos do futuro À medida que a história se repete, a AI agora está abrindo inúmeras oportunidades na área relacionada, abrangendo desde engenharia de aprendizado de máquina até consultoria ética em AI e design de prompts. Essas posições refletem as necessidades em evolução de um cenário tecnológico que avança rapidamente. “Engenheiros de AI, pesquisadores de AI e consultores de AI estão entre os trabalhos mais demandados e de crescimento mais rápido no LinkedIn este ano”, afirmou Raman.

Além disso, trabalhadores que não estão diretamente na área de AI também estão tendo oportunidades de realizar mais atividades que desejam, delegando tarefas menos importantes à AI. A Workday incentiva e apoia o uso interno de AI por parte de seus colaboradores através de um programa chamado EverydayAI. Desde que o programa foi estabelecido, a produtividade aumentou, beneficiando mutuamente os funcionários e a organização como um todo, sem desestabilizar sua força de trabalho atual. “Estamos observando um aumento de 20-30% nas interações baseadas em AI, resultando em um grande ganho de produtividade, e não vemos isso como uma necessidade de ter 20-30% menos desenvolvedores, mas sim como uma oportunidade de fazer muito mais, de forma mais rápida”, afirmou Stratton.

Referência: -aniaostudio-/GettyCoding.

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