No ano passado, as ações de empresas americanas de semicondutores foram as grandes favorecidas pela onda de investimentos em inteligência artificial. Contudo, neste ano, elas enfrentam dificuldades à medida que investidores mudam sua atenção para empresas de software, buscando a próxima grande oportunidade no mercado de IA. A volatilidade gerada por questões tarifárias e a expectativa de demanda reduzida após o surgimento de modelos de IA mais acessíveis pela empresa chinesa DeepSeek têm direcionado o foco para fora das ações de semicondutores.
Os juros futuros aumentaram em um dia de câmbio estável, após uma queda na véspera. Com a homologação do STF, a Vale antecipa uma maior adesão ao acordo relacionado a Mariana. O FMI alerta que as tarifas impostas pelos EUA irão impactar negativamente as economias do México e do Canadá. Diversos analistas observam a ascensão das empresas de software como uma evolução a longo prazo, enquanto as atenções se voltam menos para os componentes e mais para a infraestrutura de IA. Uma mudança clara está sendo percebida, em parte impulsionada pela DeepSeek, pelo desempenho superior do setor de semicondutores no ano passado, e pelas restrições impostas pelos EUA à exportação de chips para a China, conforme destacou David Russell, chefe da estratégia de mercado da TradeStation. “Os investidores estão em busca das histórias que se desenrolarão nos próximos três a cinco anos… as empresas que colherão os frutos do que a Nvidia já conquistou”, observou.
O índice Philadelphia SE Semiconductor caiu 5,6% até o momento neste ano, enquanto a Nvidia, um dos principais nomes do setor, viu suas ações diminuírem quase 13%. Em contraste, várias empresas de software, como Atlassian, CrowdStrike Holdings, Palantir Technologies e Cognizant, registraram altas entre 7% e 19%. Fundos negociados em bolsa que acompanham empresas de software também têm visto um aumento nas entradas. Essa mudança representa um desenvolvimento natural no investimento em IA, uma vez que a maioria dos casos de uso dessa tecnologia está relacionada ao software, afirmou Adam Turnquist, estrategista-chefe técnico da LPL Financial. A LPL, uma consultoria de investimentos, está mais inclinada a favorecer o setor de software em relação aos chips.
O Morgan Stanley também demonstra preferência pelas empresas de software à medida que a adoção da tecnologia de IA continua a progredir. “O segundo estágio do ciclo de inovação é quando os produtos começam a ser utilizados, e é nesse momento que as empresas de software começam a monetizar… estamos começando a perceber a ascensão do componente de software na equação”, comentou Keith Weiss, analista de ações do Morgan Stanley.
Os analistas que se pronunciaram à Reuters mencionaram empresas como Palantir, Microsoft, Oracle e Salesforce como as favoritas no campo do software. Contudo, o desempenho das ações dessas companhias tem apresentado grandes divergências este ano. As ações da Palantir, que oferece software de IA para empresas, têm mostrado recuperação, enquanto os papéis da Microsoft e da Salesforce caíram 4,9% e 12,6%, respectivamente. Essa queda está associada a uma liquidação mais ampla das ações americanas e ao fato de que os retornos relacionados à IA ainda não impactaram significativamente os balanços corporativos. Weiss mencionou que pode ser necessário aguardar até 2026 para que esses retornos beneficiem algumas dessas empresas. As avaliações continuam elevadas, com Microsoft e Oracle sendo negociadas a aproximadamente 27 e 23 vezes seus lucros projetados, em comparação com as 24,6 vezes da Nvidia, segundo dados da LSEG. Mesmo assim, alguns investidores estão dispostos a apostar em um horizonte mais longo. “Não precisamos de mais chips da Nvidia, precisamos de aplicações”, afirmou Lisa Shalett, diretora de investimentos do Morgan Stanley Wealth Management.
Referência: CNN
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