DeepSeek, a startup de inteligência artificial da China que recentemente surpreendeu o Vale do Silício com sua ascensão repentina, está se preparando para lançar um sistema de IA ainda mais avançado até o final deste ano. De acordo com um relatório de quinta-feira da Bloomberg, que cita fontes anônimas, a empresa pretende introduzir um agente de IA para competir com modelos similares desenvolvidos por gigantes como OpenAI e Google.
Diferente dos chatbots tradicionais, que dependem da interação constante de usuários humanos, os agentes são capazes de realizar tarefas complexas de forma autônoma, com pouca ou nenhuma supervisão. Os desenvolvedores de tecnologia têm promovido esses agentes como o próximo nível na evolução da IA, além de serem vistos como ferramentas que podem aumentar a produtividade nas empresas, automatizando tarefas repetitivas e demoradas no dia a dia.
Em janeiro, a DeepSeek lançou o R1, um modelo de IA que gerou atenção internacional por sua capacidade de explicar claramente aos usuários seu processo de raciocínio para chegar a respostas, semelhante a um estudante que mostra seu trabalho em uma prova de matemática. O que realmente impressionou foi o custo de desenvolvimento, que ficou em torno de 6 milhões de dólares, um valor relativamente baixo se comparado com o que foi investido em concorrentes como ChatGPT, Gemini e Claude. Além disso, o R1 foi disponibilizado como código aberto, permitindo que desenvolvedores acessem sua programação e criem suas próprias aplicações gratuitamente.
A introdução repentina do R1 desafiou a noção de que “quanto maior, melhor”, uma ideia já consolidada no Vale do Silício, que sugere que modelos avançados exigem enormes quantidades de dados e investimentos. Pela primeira vez, um modelo demonstrou desempenho comparável aos líderes do setor com muito menos recursos. Este momento tem sido comparado ao “momento Sputnik” da China.
Ainda são escassas as informações sobre o agente que DeepSeek planeja lançar. Contudo, seguindo tendências recentes no setor de IA, é provável que o novo modelo seja posicionado como um assistente virtual automatizado voltado para profissionais e empresas, um tema recorrente no marketing da maioria dos agentes disponíveis atualmente.
Independentemente do desfecho, o Vale do Silício deve acompanhar de perto os avanços da empresa baseada em Hangzhou. No momento, a mentalidade de que “maior é melhor” ainda predomina na tecnologia, com empresas como OpenAI, Google, Microsoft e Meta investindo em centros de dados cada vez maiores para apoiar suas ambições na área de IA. O lançamento de um agente menos dependente de dados da DeepSeek, possivelmente com custos inferiores aos de outros agentes populares, pode provocar mais um abalo significativo no setor tecnológico. Washington, por sua vez, também observa com cautela os desdobramentos dessa situação; a chegada impactante do R1 neste ano alarmou os responsáveis pela política nos EUA, que temem que a China possa obter uma vantagem competitiva na corrida pela inteligência artificial.
Referência: (picture alliance / Getty Images)
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