Instituição analisa a possibilidade de solicitar que longas-metragens divulguem a utilização de inteligência artificial, conforme publicação

O cinema e a inteligência artificial estão cada vez mais interligados, gerando debates intensos, especialmente com obras como “O Brutalista” e “Emília Pérez”, que incorporaram a IA em suas produções. Esse uso provocou uma grande discussão dentro da Academia do Oscar. De acordo com a Variety, a Academia está considerando a introdução de uma obrigação de informar sobre o uso de inteligência artificial nos filmes. No momento, os cineastas têm a opção de relatar se utilizaram IA, por meio de um formulário que não é obrigatório. Contudo, os governadores e comitês da AMPAS estão explorando as diversas maneiras de aplicação da IA nas produções, buscando implementar essa exigência nas normas do Oscar de 2026, cujas diretrizes devem ser divulgadas em abril deste ano.

A temporada do Oscar 2025 está marcada por polêmicas, incluindo debates sobre o uso da IA. A Marvel também se manifestou sobre a aplicação da IA em pôsteres, como o do “Quarteto Fantástico”. Glenn Close, por sua vez, fez um alerta sobre os riscos dessa tecnologia, afirmando que já estamos em um “caminho sem volta”. O conselho de tecnologia da Academia está desenvolvendo uma linguagem específica para regulamentar a utilização da IA, conforme reportado pela publicação. Outros longas indicados este ano, como “Um Completo Desconhecido” e “Duna: Parte 2”, também divulgaram a utilização da inteligência artificial, o que intensifica a discussão sobre a necessidade de transparência nesse aspecto. “As decisões sobre a premiação devem ser tomadas com pleno conhecimento do que foi feito pelo artista humano para alcançar o resultado final. Usar novas ferramentas de forma criativa e ampliar as possibilidades é uma contribuição significativa”, declarou uma fonte da Variety.

Com o crescente uso da IA nas produções cinematográficas, as formas como ela é aplicada tornaram-se bastante variadas, o que dificulta a identificação do impacto real da tecnologia e sua utilização. Recentemente, Dávid Jancsó, editor do filme indicado ao Oscar “O Brutalista”, compartilhou ao RedShark News que utilizou tecnologia de IA para os diálogos em húngaro dos atores Adrien Brody e Felicity Jones. Jancsó, que fala húngaro nativamente, explicou que usou um software sintetizador para adicionar sua voz aos personagens, assegurando que a pronúncia estivesse correta. “Em grande parte dos diálogos em húngaro, há uma parte da minha fala. Fomos bem cuidadosos em manter as atuações deles”, detalhou. “Basicamente, estamos substituindo algumas palavras aqui e ali. Você pode fazer isso no ProTools por conta própria, mas tínhamos tanto diálogo em húngaro que precisávamos agilizar o processo, ou ainda estaríamos na pós-produção.” Depois que o uso de IA gerou polêmica nas redes sociais, o diretor Brady Corbet emitiu uma declaração afirmando que “as atuações de Adrien e Felicity são totalmente delas”.

Referência: Variety

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