A OpenAI moveu uma ação judicial contra Elon Musk na quarta-feira (9), acusando-o de assédio e solicitando a um juiz federal que o impeça de realizar qualquer “ação ilegal e injusta” contra a empresa em um processo que discute o futuro da estrutura da entidade que desempenhou um papel fundamental na revolução da inteligência artificial. Musk e Sam Altman, atual CEO da OpenAI, cofundaram a organização em 2015, mas o magnata deixou a empresa antes de ela se consolidar como uma referência no setor de tecnologia. Recentemente, Musk, que fundou sua própria empresa de IA, chamada xAI, em 2023, tentou impedir que a OpenAI realizasse a transição para um modelo lucrativo, levando à atual disputa judicial.
Para que a OpenAI consiga garantir os US$ 40 bilhões das suas atuais rodadas de captação de recursos, é necessário que a empresa finalize essa transição até o fim do ano. “Por meio de ataques na mídia, campanhas maliciosas direcionadas aos mais de 200 milhões de seguidores de Musk nas redes sociais que ele controla, uma solicitação infundada por registros corporativos, ações judiciais de assédio e uma oferta enganosa pelos ativos da OpenAI, Musk tem utilizado todas as ferramentas ao seu alcance para causar danos à OpenAI”, afirmou a empresa em um documento relacionado ao processo que está sendo julgado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para a região Norte da Califórnia. A OpenAI pediu ao juiz que proíba Musk de lançar novos ataques e que ele seja “responsabilizado pelos prejuízos que já causou”. O julgamento com júri está agendado para acontecer na primavera do próximo ano.
Em resposta, a defesa de Musk mencionou uma proposta não solicitada de aquisição de US$ 97,4 bilhões apresentada no início deste ano por um consórcio liderado por ele, a qual foi rejeitada pela OpenAI. “Se o Conselho da OpenAI tivesse realmente avaliado a oferta como deveria, teria entendido a gravidade da situação. É interessante notar que a necessidade de pagar o preço justo de mercado pelos ativos da OpenAI seria interpretada como uma suposta ‘interferência’ em seus planos de negócios”, declarou o advogado de Musk, Marc Toberoff, em comunicado à Reuters.
Em uma postagem no X, a rede social propriedade de Musk, a OpenAI afirmou: “As contínuas ações de Elon contra nós são táticas mal-intencionadas, destinadas a desacelerar a OpenAI e a assumir o controle das principais inovações em IA para seu benefício pessoal.” A xAI de Musk comprou a X no mês passado, em um acordo que avaliou a rede de mídia social em US$ 33 bilhões, permitindo que o valor de sua empresa de inteligência artificial fosse compartilhado com investidores da X. No ano anterior, Musk, que também é CEO da Tesla, processou a OpenAI e Altman, acusando a organização de se desviar de sua missão original: desenvolver IA para o bem da humanidade, e não para os lucros corporativos. Musk não se manifestou sobre o pedido de comentário referente ao processo da OpenAI. A OpenAI e Altman negaram as acusações, com Altman alega que Musk estaria tentando desacelerar um competidor. No centro da disputa está a transição da criadora do ChatGPT para um modelo lucrativo, que a startup considera essencial para atrair mais capital e competir efetivamente na dispendiosa corrida da IA.
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