Proposta nos EUA para proibir o uso do DeepSeek em dispositivos governamentais

Dois representantes dos Estados Unidos estão buscando restringir o uso do chatbot de inteligência artificial (IA) da empresa chinesa DeepSeek em dispositivos governamentais. Os deputados Darin LaHood, do Partido Republicano de Illinois, e Josh Gottheimer, do Partido Democrata de Nova Jersey, planejam apresentar uma proposta de legislação na próxima sexta-feira (7) que impediria a utilização dessa tecnologia em equipamentos do governo, citando preocupações relacionadas à segurança nacional.

Recentemente, a Austrália já tomou a decisão de proibir o uso do DeepSeek em seus dispositivos oficiais, também com base em questões de segurança. O DeepSeek é o mais novo foco em uma disputa maior pela liderança tecnológica entre os EUA e a China. Essa tentativa de regulamentação surge depois que a DeepSeek surpreendeu o Vale do Silício e Wall Street ao lançar um modelo avançado de IA, conhecido como R1, que possui capacidades semelhantes aos mais avançados modelos americanos, sendo, no entanto, mais econômico em termos de treinamento e consumo de energia. Apesar de ser uma startup chinesa com um ano de existência e sujeita a restrições de exportação dos EUA relacionadas aos chips de IA mais potentes, seu sucesso gerou apreensões sobre a possibilidade de os EUA ficarem para trás da China na corrida pela IA. Caso a proposta seja aprovada, ela dará um prazo de 60 dias para que agências governamentais estabeleçam normas e diretrizes para a remoção do DeepSeek — assim como de outros aplicativos da empresa-mãe, a High Flyer — de seus dispositivos oficiais. Essa iniciativa segue passos semelhantes adotados por países como Austrália, Itália e Taiwan. A DeepSeek ainda não se manifestou sobre a situação.

A redação do projeto de lei se alinha com tentativas anteriores de limitar o acesso ao TikTok nos Estados Unidos, motivadas pela preocupação de que a controladora chinesa do aplicativo, a ByteDance, pudesse ser forçada a compartilhar informações privadas de usuários americanos com o governo da China. A partir de 2022, diversas agências governamentais de nível federal e estadual começaram a banir o TikTok em dispositivos oficiais. A ByteDance enfrenta agora um prazo inferior a 60 dias para vender o aplicativo, sob a ameaça de proibição nos EUA por conta de uma legislação que foi aprovada com apoio bipartidário no ano anterior e ampliada pelo presidente Donald Trump em janeiro. "O Partido Comunista Chinês deixou claro que utilizará qualquer recurso à sua disposição para comprometer nossa segurança nacional, disseminar desinformação prejudicial e coletar dados sobre cidadãos americanos", afirmou Gottheimer em uma declaração. "Não podemos arriscar que o PCC se infiltre nos dispositivos de nossos servidores públicos, colocando em risco a nossa segurança nacional… Já conhecemos o manual da China com o TikTok e não podemos permitir que isso se repita."

Muitas organizações de IA utilizam as interações dos usuários com chatbots como base para aprimorar seus modelos, levantando preocupações sobre privacidade. Especialistas em segurança alertam que a DeepSeek pode representar um risco ainda maior devido à sua propriedade chinesa. "Os usuários precisam entender que qualquer dado compartilhado na plataforma pode ser acessado pelo governo chinês, conforme suas leis de segurança cibernética, que exigem que as empresas disponibilizem dados quando solicitado pelas autoridades", comentou Adrianus Warmenhoven, especialista em segurança cibernética da NordVPN, em uma correspondência por e-mail.

Link de referência: Money News

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